BRASIL
O quão difícil é superar uma eliminação, ainda mais quando você não apresenta o necessário.
O esporte é imprevisível, cada segundo pode proporcionar algo inusitado, não previsto, inimaginável, e devido a isso, quem o pratica, trabalha, estuda e treina, para tentar exercer seu melhor, evitando situações prejudiciais. E quando essas habilidades se evidenciam, uma derrota, eliminação, torna-se “injusta”, e os torcedores e todos os envolvidos, de certa forma, podem se tranquilizar, sair de cabeça erguida, por honrar a camisa, dar seu máximo, suar até a última gota, apoiar até o último segundo etc, se preparando para a próxima batalha.
Essa situação dói, mas a recuperação é mais rápida. Contudo, uma derrota, onde os jogadores não praticam 100% de sua capacidade, os quais são envolvidos facilmente pelo adversário, e cometem erros básicos, é muito dolorosa e desanimadora.
Apesar da seleção brasileira, durante toda a competição, não contar com o assistente de vídeo, que está lá para auxiliar, porém sendo bem questionável, em relação às situações em nosso favor, não apresentou aquele futebol contagiante das eliminatórias e amistosos.
A Copa do Mundo é o torneio de maior importância no cenário mundial, e concomitantemente à sua formula, a qual não permite desatenções e displicência, torna-se muito desgastante, mas extremamente satisfatória. Para quem consegue avançar o máximo, são sete jogos, em 30 dias, onde, dependendo de sua campanha, todos são decisivos. A carga emocional que paira sobre a tal, mobiliza nações, podendo alegra-las ou entristece-las.
Quando se fala de futebol, qualquer indivíduo, com uma mínima base, associa o esporte ao Brasil, maior campeão e que sempre revelou grandes craques, incluindo o melhor jogador de todos os tempos, Pelé. Em virtude de o país ser sinônimo de qualidade, nesse esporte, grandes responsabilidades e esperanças são aplicadas sobre o mesmo.
A delegação canarinho, após a mudança de técnico durante as eliminatórias, chegou a Rússia, como a melhor equipe da América do Sul. A expectativa era tremenda, dispondo de jogadores como Neymar e Philippe Coutinho, as duas transações atuais mais caras do futebol, estavam em busca do tão sonhado hexacampeonato, a sexta estrela.

Em sua estreia, uma surpresa, empate em 1 a 1 com a Suíça, num jogo recheado de polêmicas, VAR e perseguição ao camisa 10. Começara ali, uma visão mundial ruim do astro brasileiro, voltando com a associação do craque a quedas desnecessárias e fantasiosas.
No segundo jogo, diante da Costa Rica, a situação era dramática até aos 45 minutos, da segunda etapa, quando Coutinho abriu o placar, com um gol de bico, desafogando os brasileiros e, seis minutos depois, ainda coube a Neymar ampliar a vantagem, 2 a 0, e grandes chances de classificação para a próxima fase.
Portanto, graças aos acréscimos do jogo anterior, o Brasil precisava apenas empatar com os sérvios, e no melhor jogo da seleção na Copa, aplicaram 2 a 0, garantindo sua vaga para enfrentar o México nas oitavas.
No “mata”, começaram sofrendo muitas investidas dos mexicanos, mas com uma defesa sólida, conseguiram reverter o encaminhamento do jogo, com Neymar e Firmino, marcando a passagem para as quartas, onde o adversário seria a Bélgica.
Nela, não foram páreos para a poderosa geração belga, conseguindo assim, a quinta eliminação nessa fase da competição. A pentacampeã foi penta eliminada em quartas de finais.
Camisa amarela que não pesou e estrelas que não brilharam, mas decepcionaram, tornando o adeus frustrante.
Primeiro tempo avassalador dos adversários, ganhando divididas, driblando com facilidade, encontrando espaços inabitados por brasileiros, e dessa forma, abrindo dois gols de vantagem. Na segunda etapa a seleção pouco melhorou, até que entraram Renato Augusto e Douglas Costa, os quais mostraram a garra e vontade necessária para um jogo de Copa, porém, mesmo com ajuda das roubadas de bola do Miranda, prevaleceram os Diabos Vermelhos.
Expoentes em seus clubes, Marcelo e Alisson, nada fizeram, os volantes, Fernandinho e Paulinho, respectivamente, auxiliaram o adversário a marcar e perderam chances no ataque, onde estávamos sem centroavante, além dos dois jogadores mais caros do mundo, que pouco apresentaram, mesmo com o camisa 11, assistindo a Renato Augusto, no gol que diminuiu a vantagem no placar. Bola na rede importantíssima para o momento, se as chances seguintes fossem concretizadas. Fico chateado, pois, nos iludiu, deu esperanças, fez nossos corações acelerarem, nossos olhos paralisarem, numa só fé, que não se realizou.
Agora, o que nos resta, é lamentar o ocorrido e seguir com a crença de uma melhora nas próximas competições.
