CROÁCIA
Após a separação da Iugoslásvia, com certeza, a seleção que mais se destacou foi a Croácia.
A partir de 98, exceto a Copa de 2010, participaram de todos os mundiais, não passando da fase de grupos, em três oportunidades, contudo, nas outras duas, que passaram, fizeram sete jogos.
No mundial disputado na França, comandados pelo artilheiro da competição, Davor Suker, chegaram até a semifinal, onde foram batidos pela anfitriã, que futuramente sagrou-se campeã. Já na disputa pelo bronze, em sua primeira participação independente, venceram a Holanda, por 2 a 1, concretizando sua melhor colocação, até 2018.
Passaram maus bocados para chegar a Rússia, na última rodada das eliminatórias, havia a possibilidade de ficarem de fora, até mesmo, da repescagem. A Islândia liderava o grupo com 19 pontos, e croatas e ucranianos, tinham 17 pontos cada. Nos confrontos derradeiros, os Islandeses triunfaram e garantiram sua vaga direta, e a Croácia, com um novo técnico, Zlatko Dalic, que substituiu, Ante Cacic, o qual foi demitido dois dias antes, enfrentou a própria Ucrânia, em Kiev. No jogo com maior tensão envolvida, no primeiro tempo, as chances claras foram do time da casa, que quase abriu o placar, porém, Luka Modric, usou de toda sua genialidade para, aos 17 minutos, do segundo tempo, colocar a bola na cabeça de Kramaric, o qual abriu o placar e ainda marcou mais um, levando-os para a repescagem.
A disputa pela presença na Copa do Mundo, se decidiu contra a Grécia, e após uma goleada por 4 a 1, em seus domínios, a Croácia, empatou sem gols, fora de casa e carimbou seu passaporte.
Estrearam bem, e com facilidade, aplicaram 2 a 0, sob a Nigéria. Já no segundo confronto, a bicampeã, Argentina, de Lionel Messi, pela frente. Entretanto, qualquer dificuldade esperada, pelos próprios torcedores, ruiu com uma belíssima assistência do goleiro argentino, Caballero, para Rebic, que não desperdiçou. Modric, em seguida, destruiu, com um golaço, qualquer resquício de esperança dos adversários, que ainda foram humilhados no final, com uma bela troca de passes, que resultou no terceiro gol croata, com Rakitic.
Desfrutando da classificação antecipada, enfrentaram os vikings, e não perdoaram, 2 a 1, e 100% de aproveitamento na primeira fase.
O chaveamento reservou a Dinamarca em seu caminho, e num jogo de começo e fim, sem meio, deu Croácia, nos pênaltis. Início eletrizante, logo no primeiro minuto de bola rolando, os dinamarqueses abriram o placar, assustando os rivais, mas dois minutos depois, Mandzukic, tratou de deixar tudo igual. Os 180 segundos mais inusitados, não foram representados pelo restante da partida, que foi maçante até o final do segundo tempo da prorrogação, onde a partir de uma categórica enfiada de bola do camisa 10, croata, para Rebic, o qual se desvencilhou do goleiro e foi derrubado, resultando num pênalti, que o próprio Luka bateu e perdeu, levando a decisão para as penalidades, nas quais ele se redimiu, viu ambos goleiros brilharem, e comemorou, quando Rakitic balançou as redes pela última vez.
Nas quartas, o confronto de duas gratas surpresas, e novamente, o último recurso decidiu quem avançou.
Os Vatreni, se viram em desvantagem no placar, após uma pintura de Cheryshev, porém, exibiram pela segunda vez, seu poder de reação e empataram ainda no primeiro tempo. Resultado que persistiu até os 11 minutos, da primeira parte da prorrogação, onde Vida, virou o jogo, mas aos 9, do segundo, a tática suicida de marcação nas bolas paradas, não foi capaz de conter o entusiasmo dos anfitriões, que igualaram os números. Nas penalidades, Subasic, destaque da competição, pegou uma cobrança, viu Mario Fernandes, bater para fora e apreciou seu camisa 7, Ivan, numa réplica da cobrança, diante da Dinamarca, alegrar aproximadamente 4 milhões de conterrâneos, credenciando-os para a semifinal.
Como de praxe no “mata”, saíram atrás dos inventores do futebol e mais uma vez, tiveram de reagir à uma adversidade. E, sofrendo com algumas chances adversárias, desperdiçadas, por Kane, chegaram ao empate com uma voadora de Perisic. Ao apito final, os torcedores imaginavam outra disputa por pênaltis, porém, num momento de desatenção da zaga inglesa, o super Mario, Mandzukic, estufou as redes, num lance tão emotivo, que a comemoração, sobrou até para um fotógrafo, o qual foi atropelado pelos jogadores croatas, conseguiu incríveis registros, e foi erguido pelos próprios atletas.


Com a classificação para a final, independente do resultado, esta seria a melhor participação da equipe, em mundiais. A seleção foi adotada por torcedores de todo o mundo, graças aos seus feitos e também à atuação do filho do zagueiro Vida, que na comemoração do triunfo, no campo, desfilou sua fofura e ganhou o apelido, no Brasil, de Vidinha.
Chegou o grande dia, milhões de espectadores (se não bilhão), Paris contra Zagreb, azul contra xadrez, e ao fim, tivemos a honra de apreciar um arquétipo de como se portar, da presidente da Croácia, Kolinda Grabar-Kitarovic, a qual pode ser resumida à elegância, carisma e idoneidade.
Os croatas começaram pressionando, mas aos 17 minutos, sofreram novamente com a bola parada adversária, que, numa cobrança de Griezmann, culminou no gol contra do eterno Mandzukic. Virtude dessa seleção, se viram em desvantagem e foram buscar, também numa jogada de falta, bem organizada, que sobrou para Perisic, o qual livrou-se de Kanté, e encheu o pé para igualar as coisas. Contudo, desse momento em diante, a situação piorou drasticamente e, com 19 minutos, do segundo tempo, a revelação, Kylian Mbappé, acertou um chute preciso, de fora da área, evidenciando o esgotamento croata, abrindo três gols de vantagem. Naquela altura, os jogadores já aceitavam a derrota, porém, ainda deu tempo para Mario, acender uma faísca de esperança, com ajuda da displicência de Lloris, contudo, mesmo tentando, os guerreiros não foram capazes de reverter um 4 a 2, que deu a segunda estrela para os franceses.
Debaixo da chuva, todos foram aplaudidos, receberam suas históricas medalhas de prata e ainda reverenciaram Luka Modric, o melhor jogador da Copa.
