PANAMÁ
Até o dia de hoje, 24/06/2018, o título de melhor história da Copa, vai para os panamenhos.
Apesar de, no período do mundial, estar mais para um curta-metragem, o filme do Panamá não começou em Junho.
Esse roteiro está sendo escrito desde o início da trajetória futebolística no país, com a evolução do esporte, dos atletas e profissionais envolvidos, até chegar no clímax, as eliminatórias da CONCACAF para a Copa do Mundo 2018.
Com 3 vitórias, 4 empates e 3 derrotas, somaram 13 pontos, na terceira colocação e, portanto, conseguindo, a tão almejada e comemorada, classificação para um mundial. Porém, a direção dessa história, conseguiu deixar o telespectador angustiado, e esperando pelo desfecho até o fim, ou para ser mais exato, até os últimos dois minutos, sem contar os créditos.
Após a penúltima rodada da competição, o Panamá, se encontrava com 10 pontos, na quarta colocação, a qual lhe levaria para a repescagem. Honduras também tinha 10, mas com uma grande distância na diferença de saldo de gols, e a sua frente, estava os EUA, com 12. Para conseguir a vaga direta, eles teriam que ganhar da, já classificada, Costa Rica, e torcer por uma não vitória dos estadunidenses.
Chegou o tão esperado dia, as nove horas da noite, todos os jogos começaram. Com o decorrer das partidas, o pessoal da terra do “Tio Sam” estava fazendo seu trabalho, e perdendo para o lanterna, Trinidad e Tobago, por 2 a 1, mas os panamenhos estavam apenas empatando, e com o iminente triunfo de Honduras, nem sequer a repescagem seria possível. Entretanto, o final feliz estava por vir. Aos 88 minutos, numa bola lançada do campo de defesa, Tejada conseguiu alcançá-la e passa-la para o zagueiro e capitão, Román Torres, que já havia abandonado seu posto, para recebê-la e, enfim, tirar a agonia do povo, fazendo com que os jogadores, gandulas, repórteres, cinegrafistas e qualquer pessoa que estava no campo no momento, corressem de alegria, juntamente de torcedores, narradores e comentaristas eufóricos em seus lugares, devido ao “simples” fato de um cara ter chutado a bola no gol.
Uma trilha sonora digna, para depois do apito final, poderia ser, We Are The Champions, do Queen, a qual em seu refrão diz: “Nós somos os campeões, meus amigos/ E nós continuaremos lutando/ Até o fim/ Nós somos os campeões”.



Esse filme de superação, teve sequência no ano seguinte, na Rússia, onde em sua estreia, acabou perdendo para a Bélgica por 3 a 0, mas novamente, a melhor cena ainda estava por vir, e ela aconteceu no segundo jogo, contra a Inglaterra. O Panamá se encontrava perdendo por 6 a 0, e como não havia qualquer chance de reviravolta, o treinador Hernán Gomez, rodou o elenco em campo, colocando também o zagueiro, Felipe Baloy, conhecido da torcida brasileira, por ter passagens pelo Grêmio e Atlético Paranaense, e por ser muito representativo na seleção, logo que adentrou as linhas brancas, recebeu a faixa de capitão de Torres. Menos de dez minutos depois, uma falta foi cobrada na área, e quem completou foi Baloy, o melhor ator dessa história, que diminuía ali o placar para 6 a 1.
O que ficará marcado para sempre é a reação dos jogadores e da torcida, que, ao invés de estarem chateados pelo placar, ficaram contentes e festejando muito o primeiro gol da seleção panamenha em Copas. Essa, sem sombra de dúvidas, foi a derrota mais vitoriosa de um time.
Eles ainda completam sua jornada contra a Tunísia.



